quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Emprego novo.

Sabe quando você começa a trabalhar em uma empresa nova, e seu chefe te da mil tarefas de uma vez e você enlouquece: acha que não vai conseguir terminar tudo, começa a ranhetar, reclama que é muita coisa, que seu chefe é louco, que o café ta frio, que o banheiro fede, que a maria peida, que ninguém te ajuda, que o São Paulo perdeu a semi-final da libertadores, e que ta tudo errado.. mas aí quando chega no final do dia, você percebe que conseguiu fazer tudo. Isso mesmo, TUDO. E seu chefe chega, abre aquele sorriso e fala: parabéns! E você pensa nessa hora: puxa, QUE MASSA.

Vai pra casa gratificado, reconhecido, sorrindo e cantarolando. É aquela sensação de prazer, de dever cumprido, que nem todo dinheiro do mundo pode pagar, e você sente que nada no mundo pode te derrubar, porque naquele momento, você REALMENTE está feliz? Daí você pensa: amanhã eu vou fazer ainda melhor!

Hoje (como tantas vezes) me perguntaram por que eu vivo me metendo nessas coisas sociais, trabalhando de graça, correndo pra lá e pra cá. Deixando de “aproveitar a vida” fazendo trabalho voluntário.

É que sabe essa sensação aí de cima? Pois é, eu sinto todo dia!

A diferença é meu emprego não é novo, meu chefe não é louco e eu não reclamo tanto assim..

Aliás, é tão bom trabalhar pra ele, que eu trabalharia de graça se ele deixasse. Mas ele não deixa. Ele paga todo dia, o tempo todo. Inclusive as horas extras... com gratidão.

E essa, acredite meu amigo, é a melhor recompensa que existe!

É por isso que eu trabalho tanto.. sorrindo!

Tenho dito.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Gisele Reis e seus amigos imaginários.


Desde criança, tenho o hábito de conversar sozinha. Não conversar em silêncio, CONVERSAR mesmo: brigar, elogiar, discutir e inclusive ficar de mal… comigo.

O que era um problema. Já era gordinha feito leitoa, estabanada como elefante e tão desengonçada quanto o Sid (Filme - A Era do Gelo, para os menos informados). Falar sozinha era a certeza da existência do capeta em forma de guri (ou guria).

Oras, tão verdade é isso, que tem dias em que me olho no espelho, e dou em cima de mim. Outros em que olho o espelho, viro para o lado e falo: mel dels, que baranga essa guria, tira ela daqui, AGORA.

Daí um dia eu descobri que esses personagens não eram amigos imaginários. Ou eram, que seja. De qualquer maneira, é fato que são algumas diferentes personalidades. Por exemplo:

Tenho uma gisele que é a preguiça em pessoa. Reclamona, cansada, sossegada. Não dou muita atenção para ela, já que ela atrapalha meu dia pra caramba. Mas ela é argumentativa, me dá inúmeras razões para não querer levantar para ir meditar, não querer trabalhar, não querer estudar, nada. Ela diz: sua tonta, carola, jah foi na seicho ontem, para com essa "bichisse" de meditação e dorme. Que trabalhar o que menina, você jah tem seus clientes, um dia a mais ou a menos nao faz diferença, DORME. Estudar pra que? um dia vc morre e os vermes vão comer seu cérebro.(Acredite, ela apela e as vezes ela quase me convence).

Tenho outra gisele que é empolgada. Essa acorda com a corda toda, quer fazer tudo ao mesmo tempo: trabalhar, estudar, nadar, correr, tomar sorvete, brincar no parquinho e rolar com o cachorro. Ela não pensa, só faz (ela e a preguiça brigam o tempo todo). Mas ela é tão empolgada, que me dá crises de ansiedade, já que não da pra fazer tudo ao mesmo tempo, então tenho que podar ela sempre.

Aí tem outra que é ponderada e racional. E mandona, CLARO, já que é a única que consegue colocar as outras duas no eixo. Essa pensa um pouco mais, reflete sobre o que é melhor e tenta se sobressair todas as vezes (obviamente, uma TENTATIVA FRUSTRADA).

Existe uma que é um problema sério: a insegura. Aaai, mas essa da um trabalho danado. Ela acha que não é capaz, não consegue, não tem inteligência, força, vontade, enfim, faz de tudo para impedir a realização das minhas tarefas. Ah, ela é amiga da preguiça, e as duas vivem no cantinho da reflexão, de castigo.

Ainda bem que do lado dessa, mora a segura. Mas essa, é segura até demais. Acredita que tem capacidade infinita, força infinita, vontade infinita. Trata a vida como um playground onde absolutamente nada é impossível. Quer ser escritora, doutora, famosa, cantora, equilibrista, alpinista e tem certeza que consegue! Ela é FO-DA. Quando se junta com a empolgada, ninguém segura.

Tem ainda a criativa (que passa a perna em todo mundo e gosta de sobressair), a carente, a irônica, a autista.. enfim, são tantas que vou te contar, parece uma creche. Brigam o tempo todo e dois minutos depois estão dividindo a boneca.

Daí um dia, descobri que tenho múltiplas personalidades múltiplas…

QUE BOM!